sábado, 11 de junho de 2011

O Homem e o Cara

Tratamento de Photoshop: Bel Rodrigues.

Antes do epílogo da pequena novela: “Procurando Brad Júnior”, 
posto esta crônica em resposta ao pedido de alguns seguidores e amigos que colocasse a minha visão sobre o universo masculino, 
já que em março escrevi sobre as mulheres 
(vide: A Dor e Delícia de Ser Mulher, post de 8 de março).

   O Homem é o sujeito, o Cara é um sujeito.
   O Cara é só um cara, um sujeito muito bom em matemática faz contas todo tempo: no almoço, dois pratos; na festa, oito copos; na semana, três mulheres. E ainda muito organizado, anota tudo e coloca etiqueta em todas.
   Para o Cara, a mulher é a “princesa”, “linda”, “deusa” e uma gama de adjetivos pouco criativos que podem ser usados para qualquer uma. Mas o Homem a chama primeiro pelo nome, e pergunta sempre: “como você está?” Nunca fala de si antes.
   Mas se você perguntar isso para o Cara, ou mesmo que pergunta nenhuma faça, é melhor sentar, sairão dele boletins falados de início-meio-fim, onde o fim de um assunto já emenda no início de outro, com diversos “eu” em única oração, e jamais perguntará a sua ouvinte sobre ela. Caso a moça queira insistir em lhe contar alguma coisa, o Cara vai apertar os lábios como quem diz: “mulher fala demais”.
   Incrível como a quantidade de Caras é muito maior que a de Homens. Isso pode ter uma explicação nos primórdios da civilização, quando grupos de Homens defendiam a si e sua prole em verdadeiras lutas contra imensos dinossauros; enquanto os Caras fugiam rapidamente para a caverna dos Caras: local privado onde desenhavam nas paredes as “grandes conquistas” e preservavam suas vidas. É provável que a invenção da roda tenha surgido da necessidade dos Caras em chegar mais rápido a esse refúgio. Até porque, Caras são ótimos inventores.
   Mas existem semelhanças. Tanto Homens como Caras ficam por segundos quietos se ao verem a mulher, ela lhes pareça bela. Acontece algo numa parte do cérebro que lhes tira a voz.
   Depois do primeiro encontro, não só o Cara, mas também o Homem desaparece por alguns dias. É normal, ele precisa de um tempo. Mas para o Cara, o tempo é precioso, e o que nem iniciou, já acabou.
   Tanto Homem como Cara não querem mulher que crie confusão por nada. Mas o Homem vai ter mais tolerância e aguentar essa inquieta dança dos hormônios femininos.
   Se você leu até aqui, parabéns! Sérias chances de ser Homem, porque o Cara nunca passa do primeiro parágrafo.
   Cara não gosta de incomodação só procura coisas e mulheres possíveis, e não são poucas para ele.
   Mas para o Homem, mesmo que ter a mulher pareça quase impossível, ele fará tudo para torná-la próxima - com paciência, estudando os passos - se sentir por ela uma Coisa que não saiba explicar, e ao teorizar sobre essa Coisa, tudo pareça não ter lógica alguma.
   Sim, ele vai tentar, porque reconheceu nessa mulher a Coisa que a torna tão exclusiva. O que o faz acreditar, desacreditando; explorar, sem navegar; sonhar, sem dormir; desvendar, sem que haja mistério; lutar, sem guerra alguma. O que o faz ser um Homem de Verdade.


Dedico aos Homens do mundo.